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quarta-feira, 13 de março de 2013

RAMIRES – Uma História de Êxito no Futebol


 

“O DINHEIRO NÃO MUDA UMA PESSOA, ELE MOSTRA REALMENTE QUEM ELA É.” ( Ramires, meio-campo do Chelsea e da Seleção)

 

Existem histórias que nos surpreendem e nesses momentos nos indagamos : -“Existiria um destino, uma predestinação?”...Pois se isso fosse, que liberdade teríamos de escolhas?...E onde ficaria o livre-arbítrio?...Pois então, acredito que muitos teóricos e cientistas devam se questionar de quando em quando, diante de evidências e acontecimentos que as mais diversas teorias e a ciência não têm uma resposta plausível. Citando aqui Thomas Kuhn, teórico do Paradigma Científico, autor da obra “A estrutura das Revoluções Científicas”, que trata do Relativismo Pragmático, vem nos dizer que O conhecimento que se fundamenta nos fatos é relativo. Portanto, o conhecimento científico é verdadeiro até que se prove o contrário. Ou seja,   “ a verdade é relativa, pois uma verdade só é verdade até que se prove o contrário.”

Não sei se um dia teremos, através do conhecimento científico algumas respostas acerca de questões que permeiam o ser humano, nossa existência e a relação que estabelecemos com o mundo.

 

Jean-Paul Sartre em sua principal obra, “O Ser e o Nada”, em que se utiliza do método fenomenológico, vem nos falar que o homem é nada, só será quando fizer algo para si, ou seja, está aberto para um futuro que está condicionado às suas escolhas, assim sugere: “Um homem não é outra coisa se não o que fez de si mesmo.”O existencialismo de Sartre postula que a existência é um projeto onde tudo está por fazer, em um constante processo, o homem condenado a ser livre, dono de si, senhor de suas escolhas, ou seja, não há predestinação, está em aberto, sendo... em processo, lançado à sorte de sua liberdade e de suas escolhas, em que a construção de sua história só depende de si próprio.


Freud traz o conceito de inconsciente, retirando com isso a soberania dos processos conscientes, portanto não seriamos assim tão donos de nós mesmos, ou tão livres em nossas escolhas como sugere Sartre, uma vez que o inconsciente está impregnado de nossas experiências, e nessas experiências está o outro das relações que fazem parte de nossa história e que nos constitui enquanto indivíduos.  

Podemos dizer também que estamos sempre criando nossa realidade através de nossos pensamentos, palavras e ações, muitas teorias colocam o poder no pensamento, onde através dele criamos nossa realidade. Certamente o pensamento é poderoso e interfere em nossas emoções e em nossos comportamentos. Portanto podemos pensar no domínio da mente sobre a matéria:"Tudo o que somos é resultado do que pensamos. A mente é tudo. Nós nos tornamos aquilo que pensamos."(BUDA)

Estou é claro trazendo questões filosóficas, as quais foram despertadas mediante a história de Ramires. Poderíamos ficar divagando em outras teorias com certeza, o que nos coloca mais uma vez diante da complexidade humana e de nossa própria existência e talvez cabe dizer que tem questões que ficam no campo do mistério.    

Retornando ao Ramires, com uma história igual a de tantos meninos que sonham em SER  jogador profissional, fazem as “peneiras”, passam por muitos clubes, muitos deles permanecem um tempo em um clube de destaque nacional e quando chegam na fase de juniores são dispensados porque segundo o clube o desempenho não está satisfatório, sendo que não atende mais às necessidades e exigências deste clube. Já conheci tantos atletas com potencial, que diante das dificuldades que o futebol apresenta aliado à necessidade de trabalhar pra ajudar nas despesas da casa, abandonaram o sonho, todavia o desejo de SER jogador permanece.

Então o que faz com que somente alguns consigam chegar no “lugar sonhado?”...Ramires teve sua infância permeada por dificuldades tanto financeiras quanto pela estrutura familiar (pai e mãe). Não teve a presença paterna e a mãe trabalhava de governanta em outra cidade, sem condições de visitar os filhos com frequência, pois trabalhava aos finais de semana. O irmão mais velho foi sua referência masculina.

Sem oportunidades no futebol, Ramires aos 15 anos foi trabalhar de servente de pedreiro, pois precisava ajudar nas despesas da casa, aos 17 anos havia desistido de seu sonho, porém não se sentia feliz. Um dia disse para sua mãe: - “Se eu não for jogador, não vou aguentar essa vida. Eu não nasci para isso.”

Surge então a oportunidade de jogar no pequeno “América de Barra do Piraí”. Ramires saia às 16h do trabalho e de bicicleta ia para o treino, era o que o motivava, lá dentro das 4 linhas, não tinha cansaço, a sensação era de que “ estava em casa”, um lugar seu, conhecido e onde sua “alma habitava feliz”.

E a história mudou, em um jogo contra o Joinvile de Santa Catarina foi descoberto e este seria o primeiro clube profissional na vida de Ramires e, não parou mais, do Joinvile para o mundo. Hoje é meio-campo de destaque no Chelsea da Inglaterra.

Entre as características que fizeram dele ser reconhecido estão: jogador de velocidade e guerreiro, evidenciando habilidades físicas e sugerindo ser um atleta autodetermiado, com uma boa motivacão intrínseca. Teria Ramires uma vontade maior que tantos outros meninos?...Seu sonho tinha maior intensidade?...Embora dizendo ter desistido, poderia Ramires manter internamente a vontade de ser jogador, e mesmo sem perceber, mantinha no curso e conteúdo de seu pensamento o sonho latente.
 

Não existem respostas prontas, existem diversas teorias e conhecimentos acerca do ser humano,    mas podemos pensar que vários fatores e aspectos de nossa realidade interferem em nossas escolhas e em nossa trajetória. Existem a genética, o ambiente, questões sócio-econômicas-culturais, religiosas, a personalidade do sujeito, suas potencialidades e habilidades, sendo que o diferencial é  o que ele faz com tudo isso, a maneira como percebe o seu mundo e a si mesmo.

 

Um abraço a todos e até mais!!!...

Um comentário:

  1. Sua frase de que o dinheiro revela quem a pessoa é realmente resume muito bem esse covarde jogador sem profissionalismo que é o Ramires. Ele não foi honesto com o Cruzeiro quando disputou a final da Libertadores de 2009 demonstrando total falta de comprometimento com a respeitada instituição azul-celeste. Fiquei muito feliz quando ele deixou de fazer parte da seleção brasileira. Se fez justiça com o hipócrita Ramires. Perdeu a final do mundial interclubes e torço para que fique fora da Copa do Mundo no Brasil.

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