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sábado, 13 de outubro de 2012

O QUE FAZER COM O MEDO?


 

Entende-se que por trás da ansiedade, raiva, angustia, tristeza, violência, falta de confiança em si próprio está o MEDO, medo de não ser aceito, medo de não conseguir, medo de não ser capaz, e tantos outros medos que poderíamos enumerar aqui. O MEDO quando muito INTENSO pode ser PARALIZANTE.

Certa vez, assistindo a um jogo de futebol, ouvi  o seguinte comentário: -“parece que tal jogador está com as pernas duras, amarradas.” Bem, ai está a linguagem do corpo expressando as emoções do jogador,  a comunicação não-verbal,  a qual não conseguimos controlar, pois muitas vezes é involuntária, surge de nossas emoções e são respostas do inconsciente, do qual não temos domínio.

Para fazer uma analogia a fim de entendimento, digamos que o inconsciente é o sótão de uma casa, um lugar em que depositamos muitos entulhos, coisas que não usamos no dia-a-dia, um lugar que dificilmente visitamos, mas ele existe na casa, está lá cheio de coisas, de lembranças, coisas do passado, teias de aranha, que muitas vezes não queremos ver e tão pouco saber de sua existência. Ñão queremos saber  porque pode ser que  um dia em nossas vidas esses episódios foram traumáticos, abriu-se  uma ferida, da qual queremos esquecer e, muitas vezes, de tão intensa e sofrida que foi a experiência simplesmente apagamos da memória, todavia está lá, no sótão, no inconsciente.

O termo inconsciente foi estudado e amplamente divulgado com o surgimento da Psicanálise, conhecida como metapsicologia (devido ao objeto de estudo), tendo como seu principal expoente, considerado o pai da Psicanálise, Sigmund Freud (1856-1939).  Resumidamente, na Psicanálise o Aparelho psíquico ( 2ª  tópica) pode ser dividida em: Ego (conjunto de funções e representações); Superego ( leis e normas impostas pela sociedade e sistema cultural, sistema de crenças de uma cultura, noção de certo e errado, normas,  ameaças, castigos, limites, etc...); Id (pulsões, a força de nosso desejos) lugar onde se  encontra o  Inconsciente reprimido (o sótão, exemplo utilizado). Podemos ainda dizer que o ID simplesmente quer satisfação, mas o EGO pondera de que forma vai satisfazer as pulsões(campo de força de nossos desejos), o SUPEREGO vai dizer se pode ou não pode, se é certo ou errado(em uma educação muito repressora o SUPEREGO vai ser muito moralista).

O PSIQUISMO diz respeito à atividade MENTAL, onde se inclui os processos conscientes e inconscientes, sendo o psiquismo uma resultante de nossas experiências vividas, onde o inconsciente age sobre o consciente, sem que possamos controlar esse processo. Podemos inferir nesse momento que não somos tão donos de nossas escolhas,  uma vez que representações advindas de nossas vivencias são conteúdos do inconsciente, os quais estão interferindo em nossas escolhas conscientes, ao que chamamos de programações da primeira infância. Tudo isso acontece sem nos darmos conta, é extremamente complexo, porém são esses conteúdos que fazem de nós ser quem somos.

Está bem, e AGORA?....O que fazer com tudo isso?....se não tenho domínio?...Bem, muitas vezes sabemos quais são nossos medos e ai cabe a nós enfrentá-los aos poucos. A dificuldade maior é ter consciência de nossas programações, para isso  um bom profissional fará com que você tenha consciência desse processo, ajudando-o a descobrir quais são seus medos, quais são suas programações e de que forma elas interferem nas suas escolhas, na sua forma de agir. Assim, aos poucos vamos enfrentando os medos, e algumas verdades sobre nossas vidas que estavam lá, escondidas no sótão. Isso é libertador.  ENFRENAR OS MEDOS É LIBERTADOR.

Um exemplo: A mãe incute dúvida, o filho vacila e a mãe decide pelo filho. A criança aqui pode sentir-se incapaz de realizar suas atividades, daí quando adulto terá medo de não ser capaz, o que vai interferir em sua autoestima, confiança e realizações. MEDO = DÚVIDA

Como nossa educação está muito baseada no medo e na culpa, muitos de nós ficamos paralisados diante algumas situações na vida adulta, justamente porque existem esses medos enraizados dentro de nós. Então, os desafios oferecem perigo porque para muitos há a crença de que não são capazes, de que não são tão bons, entre outras coisas. Então ficam presos e acomodados em lugares que entendem serem seguros, mesmo sentindo-se infeliz, simplesmente porque têm medo de abrir as portas, as portas de novas oportunidades, ficando em lugares conhecidos, “seguros”, sem sair da zona de conforto. O medo é maior que a vontade de crescer, de arriscar, de viver ...sim, viver com intensidade, com paixão suas potencialidades.

Muitas famílias educam seus filhos incutindo medos a fim de que obedeçam, assim aprendemos quando crianças que lá fora é perigoso, é arriscado, assim muitos se acomodam em seus medos, ficam paralisados, e passam uma vida sem viver realmente suas potencialidades, o que é lamentável.  Sempre quando se incute medo a intenção é ter domínio sobre a pessoa. Quando há ameaça, há medo, pois a melhor maneira de submeter uma pessoa é incutir-lhe medo.

Na verdade vivemos em uma sociedade que dificilmente enaltece nossos talentos e habilidades, muito pelo contrário, enfatiza-se nossas fraquezas, o que precisamos melhorar, sendo que esse modelo repete-se na escola e na sociedade de forma geral.

Como tratar o MEDO? Ir encurtando a distância de fuga, até chegar à conclusão de que não existe ameaça no objeto que causa medo.

Deixo aqui a pergunta: “O que você faria se não tivesse MEDO?” Vencer o medo é libertador. Então comece aos poucos mudando suas crenças, enfrentando aos poucos seus medos, assim seu comportamento também irá se modificar, pois a mudança será proporcional à mudança de seus pensamentos.

Um abraço e boa leitura!!!

Até mais...

 

 
 

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