Entende-se que por trás da ansiedade,
raiva, angustia, tristeza, violência, falta de confiança em si próprio está o MEDO, medo de não ser aceito, medo de
não conseguir, medo de não ser capaz, e tantos outros medos que
poderíamos enumerar aqui. O MEDO quando muito INTENSO pode ser
PARALIZANTE.
Certa vez, assistindo a um jogo de
futebol, ouvi o seguinte comentário: -“parece que tal jogador está com as pernas
duras, amarradas.” Bem, ai está a linguagem do corpo expressando as emoções
do jogador, a comunicação não-verbal, a qual não conseguimos controlar, pois muitas
vezes é involuntária, surge de nossas emoções e são respostas do inconsciente,
do qual não temos domínio.
Para fazer uma analogia a fim de
entendimento, digamos que o inconsciente é o sótão de uma casa, um lugar em que
depositamos muitos entulhos, coisas que não usamos no dia-a-dia, um lugar que
dificilmente visitamos, mas ele existe na casa, está lá cheio de coisas, de
lembranças, coisas do passado, teias de aranha, que muitas vezes não queremos
ver e tão pouco saber de sua existência. Ñão queremos saber porque pode ser que um dia em nossas vidas esses
episódios foram traumáticos, abriu-se
uma ferida, da qual queremos esquecer e, muitas vezes, de tão intensa e
sofrida que foi a experiência simplesmente apagamos da memória, todavia está
lá, no sótão, no inconsciente.
O termo inconsciente foi estudado e
amplamente divulgado com o surgimento da Psicanálise, conhecida como
metapsicologia (devido ao objeto de estudo), tendo como seu principal expoente,
considerado o pai da Psicanálise, Sigmund Freud (1856-1939). Resumidamente, na Psicanálise o Aparelho
psíquico ( 2ª tópica) pode ser dividida
em:
Ego (conjunto de funções e representações); Superego ( leis e normas impostas pela sociedade e sistema
cultural, sistema de crenças de uma cultura, noção de certo e errado, normas, ameaças, castigos, limites, etc...); Id (pulsões,
a força de nosso desejos) lugar onde se
encontra o Inconsciente reprimido
(o sótão, exemplo utilizado). Podemos ainda dizer que o ID simplesmente quer
satisfação, mas o EGO pondera de que forma vai satisfazer as pulsões(campo de
força de nossos desejos), o SUPEREGO vai dizer se pode ou não pode, se é certo
ou errado(em uma educação muito repressora o SUPEREGO vai ser muito moralista).
O PSIQUISMO diz respeito à atividade MENTAL,
onde se inclui os processos conscientes e inconscientes, sendo o psiquismo uma
resultante de nossas experiências vividas, onde o inconsciente age sobre o
consciente, sem que possamos controlar esse processo. Podemos inferir nesse
momento que não somos tão donos de nossas escolhas, uma vez que
representações advindas de nossas vivencias são conteúdos do inconsciente, os
quais estão interferindo em nossas escolhas conscientes, ao que chamamos de
programações da primeira infância. Tudo isso acontece sem nos darmos conta, é extremamente complexo, porém são esses conteúdos que fazem de
nós ser quem somos.
Está bem, e AGORA?....O que fazer com
tudo isso?....se não tenho domínio?...Bem, muitas vezes sabemos quais são
nossos medos e ai cabe a nós enfrentá-los aos poucos. A dificuldade maior é ter
consciência de nossas programações, para isso um bom profissional fará com que você tenha
consciência desse processo, ajudando-o a descobrir quais são seus medos, quais
são suas programações e de que forma elas interferem nas suas escolhas, na sua
forma de agir. Assim, aos poucos vamos enfrentando os medos, e algumas verdades
sobre nossas vidas que estavam lá, escondidas no sótão. Isso é libertador. ENFRENAR OS MEDOS É LIBERTADOR.
Um exemplo: A mãe incute dúvida, o filho vacila e
a mãe decide pelo filho. A criança aqui pode sentir-se incapaz de realizar suas
atividades, daí quando adulto terá medo de não ser capaz, o que vai interferir
em sua autoestima, confiança e realizações. MEDO = DÚVIDA
Como nossa educação está muito baseada no
medo e na culpa, muitos de nós ficamos paralisados diante algumas
situações na vida adulta, justamente porque existem esses medos enraizados
dentro de nós. Então, os desafios oferecem perigo porque para muitos há a
crença de que não são capazes, de que não são tão bons, entre outras coisas.
Então ficam presos e acomodados em lugares que entendem serem seguros, mesmo
sentindo-se infeliz, simplesmente porque têm medo de abrir as portas, as portas
de novas oportunidades, ficando em lugares conhecidos, “seguros”, sem sair da
zona de conforto. O medo é maior que a vontade de crescer, de arriscar, de
viver ...sim, viver com intensidade, com paixão suas potencialidades.
Muitas famílias educam seus filhos
incutindo medos a fim de que obedeçam, assim aprendemos quando crianças que lá
fora é perigoso, é arriscado, assim muitos se acomodam em seus medos, ficam
paralisados, e passam uma vida sem viver realmente suas potencialidades, o que
é lamentável. Sempre quando se incute
medo a intenção é ter domínio sobre a pessoa. Quando há ameaça, há medo, pois a
melhor maneira de submeter uma pessoa é incutir-lhe medo.
Na verdade vivemos em uma sociedade que
dificilmente enaltece nossos talentos e habilidades, muito pelo contrário,
enfatiza-se nossas fraquezas, o que precisamos melhorar, sendo que esse modelo
repete-se na escola e na sociedade de forma geral.
Como tratar o MEDO? Ir encurtando a distância de fuga, até
chegar à conclusão de que não existe ameaça no objeto que causa medo.
Deixo aqui a pergunta: “O
que você faria se não tivesse MEDO?” Vencer o medo é libertador. Então
comece aos poucos mudando suas crenças, enfrentando aos poucos seus medos, assim
seu comportamento também irá se modificar, pois a mudança será proporcional à
mudança de seus pensamentos.
Um abraço e boa leitura!!!
Até mais...
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