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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Psicologia do Esporte



 
               A Psicologia do Esporte, ao contrário do que se pensa, não é um campo de atuação recente. Segundo Weinberg & Gould ( 2008),  Já na década de 1890, na América do Norte , o psicólogo Norman Triplett, dá início à Psicologia esportiva ao estudar a diferença no desempenho de ciclistas que corriam em grupo em relação aos que pedalavam sozinhos. Após, entre 1921 e 1938, Coleman Griffith  foi o primeiro norte-americano a dedicar boa parte de sua carreira à psicologia do esporte, sendo considerado o pai da psicologia do esporte americana. Entre 1939 e 1965, citamos Franklin Henry, responsável pelo desenvolvimento científico da área, dedicando-se ao estudo profundo dos aspectos psicológicos da aquisição de habilidades esportivas e motoras. Surgiu como disciplina acadêmica na década de 60, sendo que Bruce Ogilvie, foi um dos primeiros consultores de psicologia aplicada ao esporte. Entre 1978 e 2000 foi marcado como um período de crescimento, não só na América do Norte, mas no mundo, tornando-se um campo mais aceito e respeitado. Atribui-se à Ferruccio Antonelli, o mérito por grande parte do desenvolvimento da psicologia do esporte, sendo que foi o primeiro presidente da  International Society of Sport psychology (ISSP), estabelecida em 1965, foi também o primeiro editor do International Journal of Sport Psychology (IJSP ), 1970.
               Entende-se que vislumbrar o humano em toda sua grandeza, de forma  a  estabelecer uma conexão entre o corpo e a mente, sem dúvida, é uma necessidade, de forma  a ampliar o  olhar que se tem para o sujeito, procurando compreender essa complexa relação que ai se estabelece. Assim, em uma prática esportiva, os treinos buscam constantemente aperfeiçoar a técnica, a tática de jogo, a melhora do condicionamento e da força física, mas o que fizemos com os pensamentos,? Com as emoções? Os sentimentos? Com os comportamentos?...Podemos deixá-los de lado, como se eles não existissem?...Não, não é possível, porque isso faz parte do que somos, de quem somos, de nossa história pessoal, portanto corpo e mente são igualmente importantes.

               Isso posto, acredita-se que a psicologia do esporte vem preencher uma lacuna existente nas diferentes práticas esportivas, individuais ou coletivas, no que diz respeito às questões emocionais, cognitivas e comportamentais. Para Becker Jr.( 2000,  2008 ), a psicologia esportiva pretende investigar as causas e os efeitos das ocorrências psíquicas que apresenta o ser humano antes, durante e após o exercício ou o esporte, sendo estes educativo, recreativo, competitivo ou reabilitador. Assim sendo, a psicologia esportiva deve ser responsável pelo bem-estar do atleta, pode apoiar o indivíduo ou o grupo a fim de que as ações do ser humano possam ser aperfeiçoadas de acordo com a tarefa proposta, melhorando as demandas externas, contribuindo para que o atleta melhore sua habilidade, alcance suas metas e tenha suas necessidades atendidas. Segundo Weinberg & Gould ( 2008), a psicologia do esporte diz respeito ao estudo científico de pessoas e seus comportamentos em atividades esportivas  e físicas, bem como, a aplicação prática desse conhecimento.
               Um treinamento psicológico, que pode ser individual ou grupal, constitui-se de técnicas e procedimentos que têm como finalidade, auxiliar o treinamento técnico, tático e físico, de forma a aperfeiçoar o rendimento, obtendo assim melhores resultados em jogos e campeonatos.

               Importante é ter a compreensão de que o esporte é um fenômeno social, e que assim sendo, o contexto esportivo deve ser entendido a partir da complexidade em que está inserido, onde atletas, treinadores, preparadores físicos, fisioterapeutas, nutricionistas, bem como, todos os profissionais envolvidos com a prática esportiva, fazem parte de uma equipe multidisciplinar, na qual o psicólogo esportivo é um dos integrantes.
             Acredita-se que para contemplar de maneira satisfatória a prática esportiva, uma visão holística do processo esportivo é a que melhor atende todas as demandas internas e externas do sujeito. Assim sendo, o psicólogo esportivo deve estar atento ao aspecto situacional do ambiente esportivo, as questões individuais do atleta, como traços de personalidade, história de vida, crenças, valores, bem como as características pessoais do treinador, vislumbrando também o aspecto sócio-cultural em que o esporte está inserido. Só assim, com uma visão ampla do processo do desporto pode-se atender às necessidades de todos os envolvidos, primando por um bom nível de comunicação, lembrando sempre que o fundamental para estabelecer relações interpessoais saudáveis é praticar a aceitação do outro da convivência,  respeitando as diferenças,  procurando desenvolver a empatia, de forma a colocar-se no lugar do outro, que nosso agir seja justo e que se possa contribuir para o desenvolvimento humano dos praticantes do desporto visando seu bem-estar físico, emocional, mental e espiritual.


Esp. Angela Maria Antonelli
Relações Públicas
Esp. Psicologia do Esporte e do Exercício Físico






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